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terça-feira, 13 de abril de 2010

POLÍTICOS CHILENOS REPUDIAM DECLARAÇÕES DE TARCISIO BERTONE

 SANTIAGO DO CHILE, 13 ABR (ANSA) - Dirigentes políticos chilenos lamentaram hoje as declarações do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, que vinculou a pedofilia à homossexualidade. 
    "Entendo a boa fé das declarações, mas são generalizações que não podem ser feitas", afirmou o senador Juan Antonio Coloma, presidente da legenda governista União Democrata Independente (UDI).
    O senador Patrício Walker, do opositor Democracia Cristã, ressaltou que "não compartilha com esse julgamento". "A pedofilia é um transtorno mental de índole sexual", defendeu.
    "Gostaria de saber quais os estudos que Bertone disse ter, porque, para mim, tais declarações foram muito surpreendentes", comentou Walker.
    Durante sua visita oficial ao Chile, iniciada terça-feira passada e encerrada hoje, o secretário de Estado do Vaticano havia afirmado que, "foi demonstrado por muitos psicólogos e psiquiatras que não há ligação entre celibato e pedofilia, enquanto muitos outros estudos demonstraram uma ligação entre homossexualidade e pedofilia", disse Bertone.
    Tamara Galleguillos, professora da Universidade do Chile, e o psiquiatra Sergio Canals também repudiaram as declarações.
    "Baseado na minha experiência, não é possível pensar que há uma ligação direta entre homossexualidade e pedofilia", comentou Galleguillos, enquanto Canals exaltou que "não existe uma equação de causa-efeito que defenda o nexo entre homossexualidade e pedofilia".
    As declarações de Bertone também repercutiram na Itália, já que o Centro de Estudos Teológicos de Milão publicou hoje uma nota dizendo que o cardeal "deve se ocupar" dos assuntos do Vaticano, principalmente dos clérigos da Basílica de São Pedro, em vez de "gerar descrédito às pessoas homossexuais".
    Por sua vez, a associação italiana GayLib acredita que "o Vaticano deve pedir perdão ao mundo e à história", durante uma Assembleia Geral da Organização das nações Unidas.
    "Deve fazer isso devido às dimensões inacreditáveis, em escala mundial, do escândalo de padres pedófilos. Também deve fazer isso pelas aberrações conceituais que prelados, e até mesmo o secretário de Estado, pronunciaram nos últimos dias", pontua o documento.
    Recentemente uma série de denúncias de abuso sexuais que teriam sido cometidos por religiosos recaiu sobre a Igreja Católica. Há casos em diversos países, como Estados Unidos, Irlanda, Suíça, Noruega, África do Sul, Dinamarca, Alemanha, Irlanda, México, Canadá, Áustria, Holanda, Reino Unido, Nova Zelândia, entre outros. (ANSA) 

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